Mostrando postagens com marcador Confissão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Confissão. Mostrar todas as postagens

domingo, 4 de março de 2012

For You

E agora me bate uma saudade imensa de ti, uma intensidade inimaginável.

Everyone of us has hope

Acabei de chegar da festinha de aniversário do Pedro. Foi legal, mas poderia ter sido melhor se estivesse a meu lado. Não me diverti muito, bebi um pouco, nada de exageros. Toda a galera estava lá, até o chato do Henrique. Também não podia faltar a Paula, Nina, a Fê e Taís, claro! Você não imagina, ela ficou a festa inteira atrás de mim. A todo momento me oferecia uísque, uns cigarros, uns quitutes, além de se oferecer também, óbvio. Como se fosse o produto principal. Mas só fiz dar uns pegas, nada de penetração.

Bem, voltei pra casa um pouco embriagado, mas só um pouco, tomei banho e resolvi ligar pro Paulinho. Disse que também estava na maresia, e como não iria trabalhar mais tarde, já que eram três da manhã, me convidou para beber e tragar uns cigarros a beira mar.
Então fui. Afinal, nada melhor que uísque e cigarro para curar um amor não consumado.

Jônatas Mário Morais

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Um dia

Esse jardim aonde você se esconde
É similar ao meu interior,
Cheio de belezas camufladas,
Cercada de ternura e amor.

Minha pele arrisca encostar-se à tua,
Meus dedos ousam tocar-lhe o corpo.
Meu coração dispara ao perceber-te
E os meus olhos afugentados pelo seu olhar
Não sabem em qual direção se fixar.

Jônatas Mário Morais

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Páginas em branco

Costumo acender um cigarro quando estou assim. Tragar profundamente e prender a fumaça dentro dos pulmões, fechar os olhos e só despertar quando eu não suportar mais.
No entanto, hoje é diferente. Esqueci de repor o estoque, supermercado fechado, mercadinho fechado e não há nenhum vendedor autônomo com a banquinha-tem-de-tudo. Afinal, são três da madrugada de domingo e tem festa lá no centro, já que hoje é o aniversário da cidade.

Além do cigarro, costumo beber uísque ou coisa mais forte, mas não estou disposto para isso. Sem desejo, sem ânsia de embriagar-me. Pois bem, só sei que estou depressivo, dor de cabeça e uma vontade enorme de permanecer deitado, com o rosto afundado no travesseiro, a cintura envolvida com o lençol e continuar neste ritmo até que eu canse.

Nada, absolutamente nada dos meus costumes estão sendo postos em prática desta vez. Estou me estranhando. Será evolução? Ou será um enorme vazio dentro de mim que você deixou? É, talvez seja isso.
Mas esse sentimento vai além, me corrói a alma, faz com que eu atrite meus dentes uns com os outros, que eu roa as unhas e que sinta arrepios descontroladamente.

O caderno que costumávamos escrever tudo aquilo que era importante para nós, não está mais dentro da nossa caixa de nostalgia. Também não está em nenhum lugar da casa. Deve ter sido jogado fora junto com os dizeres postos em cartas no formato de coração.
Na verdade, era tudo uma puta merda. O que não era uma puta, era uma merda e vice-versa. No fim, sempre acabávamos bem... Bem cheios de ódio, um desejo louco de dizer palavras de baixo calão e tudo o que viesse no momento de raiva.

Apesar de tudo, este é o único momento que me sinto completamente frágil, fraco e inseguro. Nunca dissemos “acabou”. O que falávamos era “acabou por hoje, por essa semana ou por esse mês”. Mas nunca, nunca dissemos “acabou”, de forma fria e única.

Está acabando também a minha força, a vontade de continuar respirando, andando, comendo, vivendo. Ficar sóbrio e sem fumar é demais para mim. Tudo fica tão real. É tudo mais impactante.

Jônatas Mário Morais

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Adeus, primavera!

Deveria tê-la abraçado por mais tempo. Impedido que o vento deixasse-a mais fria. Deveria ter olhado nos olhos, sentido o perfume, me sensibilizado com a pele – sussurrou cabisbaixo, sentado no terceiro degrau em frente a sua casa. Sustentava a cabeça com o braço trêmulo. Tinha um olhar inquieto, uma respiração medrosa, mãos pálidas.

Lembrava-se constantemente da tarde nublada, mal vivida. Passava um curta-metragem: os passos acelerados, mãos tensas. Seus olhos buscavam algo ou alguém. Encontraram. Não acreditaram. Mas estava ali. Tímida. Braços voltados para baixo, dedos entrelaçados. Uma calça jeans; blusa lilás com estampas florais; sandália fechada com um laço. Percorreu todo o seu corpo, não deixou passar nada despercebido.

Descambou para uma sala vazia. As paredes pareciam cercá-lo, sufocá-lo, pressioná-lo a sair dali. Pernas bambas, tão bambas e bobas quanto ele.
Estavam dentro de um mesmo prédio, dentro de um mesmo dilema, confusão. Paixões. Diferentes, ardentes, assustados. Ela por estar num lugar estranho, sozinha dentro de si. Olhos vibrantes, corpo tenso.

Voltou. Desenhou cada gesto, cada ação que daria. Pôs em prática, mas não conseguira perfeição. Ansiedade. Cada vez mais próximo. Perfume. Fechou seus braços em torno dela, fechou seus olhos, entrelaçou seus dedos. Pulsação. Voltou-se para ele. Olhares. Ofereceu-lhe um abraço. Aceitou sem pestanejar.
Admiraram-se durante alguns segundos. Sem mais ter o que falar despediu-se momentaneamente dela. Tchau, disse quase sussurrando. Balançou a cabeça como se quisesse que ele voltasse, que permanecesse ali e apresentasse-a àquele mundo novo.

Voltou rapidamente para a sala. Sentou-se e pôs-se a pensar nas próximas ações. Lembrou-se de percorrer o prédio, conversar com alguns amigos, tentar passar o tempo e esquecer por algumas horas que ela estava ali. Afinal, não pudera fazer nada mais do que já havia feito.
Eram dois jovens aparentemente imiscíveis.

Conversou, riu, distraiu-se. Dentro de uma das salas disponíveis juntou-se com amigos e pôs-se a falar bobagens - coisas de adolescente. "Prefiro a morena", declarou o ruivo magro a todos da sala. Referia-se a uma das visitantes que fora prestigiar a apresentação musical de uma amiga. Assim que ouviu ‘morena’, deu-se conta de que havia passado duas horas e já era tempo de retornar para o térreo, onde já deveria estar.

De dois em dois degraus. Olhos arregalados, pernas nervosas, coração acelerado.
Viera de encontro a ele. Sentaram-se num muro baixo. Abraçou a bolsa, mas o desejo era de olhar bem no fundo dos seus olhos, apertar seus dedos contra os dele, passear por cada parte de seu corpo e dizer-lhe, "Perdão. Menti todo esse tempo. Tudo que faço é perder tempo, uma ilusão. Talvez, agora eu perceba, joguei fora uma doce paixão."
Controlou-se. Fixou seu olhar na multidão, uma multidão que a deixava impaciente - quanto barulho. Centenas de pernas, braços, bocas, orelhas... Centenas de vozes.
Algumas falas – àquelas que são ditas quando estão sem jeito, ou sem coragem:
- Imaginei que não viesse.
- Pois é, estou aqui - respondeu friamente.

O tempo, que não poupava esforços, demonstrava deleite.
Um minuto por segundo, uma hora por minuto.
À tarde se despedindo, os amigos se despedindo.

Adeus, primavera.

Um pouco mais soltos, próximos e amáveis.
Sempre à frente dele, segurou sua mão esquerda e pôs-se a puxá-lo para o outro lado da rua.
"Calma! Estou jovem para morrer", resmungou sorridente.

Papearam sobre ele, sobre ela, sobre os outros... Menos sobre os dois de uma única vez – se é que o leitor me entende – apenas conversas batidas, mastigadas, chatas.

Entre conversas, risos, uns segundos de silêncio, deram por si que o destino final estava ali.
Mudo. Mão direta no peito – talvez um hino, uma oração, um pedido - olhar no horizonte, sem coragem. Indo contra o seu desejo, aguardando um fim: que ela partisse de uma só vez dali.
Contraditório, também pensei.

Apressada, vasculhou a bolsa cheia de trecos e pegou o dinheiro da condução.
Mais próximos do fim. Um pouco distante o ônibus ousara acelerar mais e mais, indo, talvez, contra a vontade dos dois.

Adeus, morena!

Aberto os braços, os sorrisos. Um abraço apertado, com medo, com timidez.
Um adeus singelo, sem coragem, sem amor, sem paixão. Sem.
Tudo estava sem: sem sal, sem açúcar... Sem eles.
Adeus, um abraço apertado para guardar o momento. Um calafrio demorado para não esquecer jamais.
Adeus, morena! Adeus...




Jônatas Mário Morais.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Mais cedo

Espero que a beleza dos teus lábios,
Uma vez desfigurada pela minha desesperança,
Não tenha se desfeito.

Aguardo ansiosamente,
Mesmo sabendo ser impossível,
Abraçar-lhe profundamente...
Com todo o meu amor já existente.

Permeio vagarosamente,
Através dos teus retratos,
Cada traço perceptível.

Acalmo minha ansiedade,
Completamente desmedida,
Com as lembranças que deixastes.

Projeto todas as noites,
Talvez minuto por minuto,
Aquele singelo abraço que me deras.

Pinto teus lábios nestes versos,
Tracejo o teu corpo, o teu cabelo,
O teu ser incomparável.

Os mesmos dedos que aqui escrevem,
São os mesmo que um dia tocou-lhe o rosto,
São os mesmos que um dia ousaram acalmar-lhe...


Jônatas Mário Morais

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Fls.

Quando disse que não queria mais,
Estava suprimindo a verdade.
Negando profundamente um sim,
Tentando não mostrar o que havia ali.

Jônatas Mário Morais.

Derrocada

Tente lembrar em que lugar deixou,
Tente descobrir com quem você errou,
Tente conhecer as suas fraquezas,
Tente enxergar as coisas ao seu redor.

Jônatas Mário Morais

sábado, 24 de julho de 2010

Laços

Desenterro este sentimento ínfimo
Que precipita-se constantemente,
Que destoa do meu racional.
Este sentimento que abarca o meu ser.

Jônatas Mário Morais.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Esperar; Esperança; Confiança.

É uma terça sem nexo,
Uma semana tensa,
Densa.

Noites frias e silenciosas,
Segundo por segundo,
Pensamento por pensamento.

Solidão delirante.

Basta este instante,
Distante.
Minhas noites, minhas.

Partículas circulam no quarto,
Caem nos nossos lençóis.
Deito.

Deleito-me do passado,
Volto a ausência,
Perco a consciência.

É triste.
É tenso.
É nosso.

Vibrações intensas,
É o tremor do meu corpo,
Tenso.

Denso.
Sento.
Penso.

Acredito que penso,
Acho que sinto,
Entendo que pressinto.

Compreendo,
Acredito,
Insisto.

Seu interior, meu.
Meu interior, seu.
Intrínsecos somos.
Denso.

Falta uma:
Saudade.
Seu espaço está aqui.

É tenso;
É denso;
É meu;
É seu.

É nosso.

É saudade;
É esperança;
É a distância;
É você.

Sustento meu corpo,
Difícil.
Mas aguento firme.

Chegou ao fim.
Mais um mês assim,
Tudo desabará.

Denso.
Sento.
Penso.

Jônatas Mário Morais

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Basta acreditar que sim

São palavras falsas, eu sei.
Apertos forçados, eu sei.
Momentos duvidosos, sabemos.

Não adianta mentir,
Disfarçar desejos.
Arrependimento vem depois.

É um misto de culpa,
Frustração incontida,
Tentação desenfreada.

Compulsão neste objeto,
Abraçar, Beijar, Ouvir... Sentir.
Reflexo, este é o seu.

Jônatas Mário Morais

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Glória!

Catorze dias em alto mar,
Em pleno desespero,
Fazendo de tudo pra não afundar,
Enfrentando meus maiores medos,
Tragado pelo vazio.

Inquieto e profundo,
Finalizando o meu orgulho,
Enfraquecendo meus desejos,
Conhecendo os meus demônios,
Tentando não morrer.

Jônatas Mário Morais

sábado, 2 de janeiro de 2010

O que eu não sei

Agora sim posso sair. Andar por aí sem ter ninguém para me impedir. Levanto do sofá, caminho até a porta. Não tenho mais escolta. Caminhando pela rua escura me deparo com uma velha caduca que começa a me atormentar. Me pergunta para onde vou, insiste em me atazanar. Eu, sem muita paciência, dou um empurrão na velha, volto a caminhar. Mais pra frente encontro um jovem doente que vive a se drogar. Indaga como estou, diz que sou o seu salvador. Eu já cansado, depois de um longo dia de trabalho viro o rosto. Mais uma vez volto a caminhar. Com a cabeça baixa percebo que sou um babaca, insisto em afastar aqueles que só querem me agradar.


Jônatas Mário Morais.