sábado, 2 de janeiro de 2010

O que eu não sei

Agora sim posso sair. Andar por aí sem ter ninguém para me impedir. Levanto do sofá, caminho até a porta. Não tenho mais escolta. Caminhando pela rua escura me deparo com uma velha caduca que começa a me atormentar. Me pergunta para onde vou, insiste em me atazanar. Eu, sem muita paciência, dou um empurrão na velha, volto a caminhar. Mais pra frente encontro um jovem doente que vive a se drogar. Indaga como estou, diz que sou o seu salvador. Eu já cansado, depois de um longo dia de trabalho viro o rosto. Mais uma vez volto a caminhar. Com a cabeça baixa percebo que sou um babaca, insisto em afastar aqueles que só querem me agradar.


Jônatas Mário Morais.

Sem título I

Diga que se arrependeu. Que tudo não passou de uma raiva. Que ainda gosta das minhas manias, dos meus momentos de agonia. Dos meus abraços, dos meus beijos demorados, dos momentos que passamos agarrados. Diga que ainda existe uma sintonia, que meu toque te arrepia, que te dá um frio na espinha. Que vive a me desejar. Admita que fica contente quando me vê na sua frente, quando te ligo de repente. Quando insisto em te olhar. Abra os teus braços, receba os meus abraços. Volte a me namorar.


Jônatas Mário Morais.