segunda-feira, 26 de abril de 2010

Apartamento 601

Entrelace seus dedos nos meus, sobreponha teu corpo ao meu. Alise a minha nuca, como uma brisa que toca o meu rosto a beira da praia. Sinta os meus cabelos alisando teu peito, atrite seus pêlos aos meus, perceba meus pés suados, trêmulos... E meu corpo arrepiado. Sinta meu respirar ofegante, meus calafrios cada vez mais constantes. Abrace-me forte. Olhe nos meus olhos tão penetrantes. Encaixe teus lábios nos meus, beije-me lentamente suave. E num último sentimento mútuo, entremos num estado indescritível.


Jônatas Mário Morais

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Glória!

Catorze dias em alto mar,
Em pleno desespero,
Fazendo de tudo pra não afundar,
Enfrentando meus maiores medos,
Tragado pelo vazio.

Inquieto e profundo,
Finalizando o meu orgulho,
Enfraquecendo meus desejos,
Conhecendo os meus demônios,
Tentando não morrer.

Jônatas Mário Morais

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Vendaval

Estou como o tempo lá fora, completamente frio, instável e nublado. Numa profunda frieza. E não há temporal maior que o meu, não há tempestade maior que a minha, não há ventos tão frios quanto os meus. Estou completamente frio. E não há gotas mais fortes que as minhas lágrimas, não há céu mais vermelho que os meus olhos, não há pensamentos mais nublados que os meus. Não há tempestade maior que a minha. E não há nuvens mais densas que os meus sentimentos. Não há tempo mais instável que eu, não há temporal mais forte que o meu, não há noite mais fria que eu.


Jônatas Mário Morais