quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Desculpas

Depois das brigas, das birras, das palavras agressivas, dos momentos sem carícias, você aparece com as mentiras. Disfarçadas com abraços, amassos, beijos sufocados, você vem com uma armadilha. Me pede mil desculpas, me arranca a blusa, alisa a minha nuca, me deixa maluca. E eu muito confusa te arranco também a blusa, te encho de abraços, beijos apaixonados. Você me olha no fundo dos olhos, faz juras de amor, diz que tudo não passou de uma loucura. Que o nosso amor ainda perdura. E eu não tão madura aceito as suas desculpas, visto a roupa, saio feito uma louca. Tenho que trabalhar.



Jônatas Mário Morais.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Preocupe-se mais com a sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é,e a sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é problema deles.

Bob Marley.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Muro

Cansado de assistir, decide sair. Levanta do sofá, desliga a televisão, segue em direção ao quarto. Olha ao redor, procura a roupa mais simples, acha, joga em cima da cama.
Segue para o banheiro, tira a roupa, liga o chuveiro, pensa duas vezes antes de se molhar, lembra de todo sofrimento que passa. Estufa o peito, se joga debaixo da água, alisa-se. Eufórico, respira. Enxuga-se. Fecha os olhos, reflexão. Veste-se, perfume, penteia o cabelo.
Caminha até a sala, pega a chave do carro, sai. Dentro do carro percebe que a rua está sem ninguém. Propõe-se a caminhar no bairro. Observando as árvores, a água represada... observando a vida. Observando a si mesmo. Olha para o céu, admira a noite. Percebe que a vida é mais simples do que se imagina. Que pode ter alegria num caminhar, num contato vagaroso com a noite. Ter alegria com um banhar de luar, num contato íntimo com o interior de si mesmo.



Jônatas Mário Morais.

"O que o povo não percebe"

O tempo passou, mas a essência continua a mesma.

“Política do Pão e Circo”.

A história política de Roma se estende de 752 a.C. até 476 d.C. e está dividida em três períodos: Monarquia, República e Império.
A coragem, a honra e a força eram virtudes admiradas pelos romanos; os espetáculos que destacavam esses atributos eram valorizados e muito populares.

Durante o Império Romano, as lutas de gladiadores, corridas e encenações, serviram para desviar a atenção da população que habitava os domínios romanos. Várias são as interpretações – além desta – para explicar o fascínio dos romanos por esses espetáculos sangrentos:

A oportunidade de poder estar "cara-a-cara" com o imperador, o castigo dos criminosos, - que servia de exemplo, a ostentação do poderio romano - através da exibição de animais e escravos trazidos de lugares distantes.
Todavia, dentre todas essas interpretações, a mais aceita é a chamada "política do pão e circo" ou (panis et circenses). Por essa política, o Estado buscava promover os espetáculos como um meio de manter os plebeus afastados da política e das questões sociais. Era, em suma, uma maneira de manipular a plebe e mantê-la distante das decisões governamentais.

Os Césares encarregavam-se ao mesmo tempo de alimentar o povo e de distraí-lo.
Havia distribuição mensal de pães no Pórtico de Minucius, que assegurava o pão cotidiano. Os Césares não deixavam a plebe romana bocejar nem de fome nem de aborrecimento. Os espetáculos foram a grande diversão para a desocupação dos seus súditos, e por conseqüência o seguro instrumento do seu absolutismo. Isso era um obstáculo a Revolução em uma Urbe onde as massas incluíam 150.000 homens desocupados que o auxílio da assistência pública dispensava de procurar trabalho.

Para os espetáculos eram reservados aproximadamente 182 dias no ano. (Para um dia útil - um ou dois dias de feriado). Os espetáculos que foram se desenvolvendo, cada uma dessas férias romanas, tinha sua origem na religião. Os romanos nunca deixavam de cumprir as solenidades, porém não mais as compreendiam e os jogos foram deixando de ter um caráter sagrado e passando a saciar somente os prazeres de quem os assistia.

O público ia ao circo como a uma cerimônia, usando a toga dos grandes dias, respeitavam a etiqueta ao levantarem-se para aplaudir as estátuas das divindades que eram carregadas antes das corridas ou lutas. Seguiam um ritual de comportamento e sabiam que se não o seguissem seriam punidos.

Com o aparecimento das corridas e jogos de gladiadores o povo, em 164 a.C. estava desertando ao teatro.
Para o imperador esse contato com o público era importante, pois ele não corria o risco de isolar-se. O público aplaudia com veemência cada aparição, agitava lenços em uma saudação emocionante que tinha a modulação de um hino e o acento de uma oração.

Durante os jogos o povo apreciava ver seu imperador descontrair-se e seguir com atenção as corridas e lutas demonstrando seus sentimentos.

Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. A escravidão gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios (o mais famoso foi o Coliseu de Roma), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta.

Parecer Crítico:

A situação da política no Brasil é bem similar a da política do pão e circo, feita em Roma.
Aqui na Bahia, temos como exemplo as festas de largo, promovidas na maioria das vezes por políticos com o intuito de conseguir voto nas eleições.
Todos os anos de eleição ocorrem casos de compra de votos. Isso ocorre através de festas patrocinadas por políticos, distribuição de cestas básicas, distribuição de material de construção, reformas em praças, quadras de esporte e tentativas de saneamento básico em ruas periféricas. Essas atitudes têm mais expressão.
Existem outras atitudes mais comuns ainda que as citadas anteriormente.
São elas: políticos que são médicos ou advogados e que prestam serviços à população carente, almejando garantir votos. Ou ainda aqueles que prometem empregos aos eleitores em troca de voto, como a situação não está nada fácil, os eleitores aceitam a proposta.
Enfim, uma das melhores jogadas dos políticos: o futebol.
Aproveitam a paixão dos brasileiros por futebol para incentivar a sua campanha.
Com tantos problemas no país, basta chegar em época de copa do mundo para que os brasileiros esquecem das dificuldades.
Podemos observar o Pan-americano de 2007, que ocorreu no Rio de Janeiro, antes disso os olhares estavam voltados para os problemas do estado, mas logo deram o “jeitinho brasileiro”.
Daí os brasileiros ficaram totalmente bestificados com a maravilha do Pan. A princípio, o governo brasileiro fez o orçamento dos gastos com as obras, nada mais, nada menos que
R$ 412 milhões. Mas como no Brasil nada tem limite, foram gastos mais de R$ 3,6 bilhões.
E para o espanto do Brasil, iremos sediar a copa de 2014 e as olimpíadas de 2016. Não é maravilhoso?
O governo estima um gasto de R$ 2,8 bilhões para a copa, e R$ 5 bilhões para as olimpíadas. Só serão gastos estes valores mesmo? Tenho minhas duvidas.
Agora, tivemos algumas mudanças do tempo das arenas com feras devoradoras em Roma, para os estádios lotados em pleno século XXI.
Agora os políticos ganham dinheiro com os espetáculos; não colocam mais feras contra homens, mas sim homens contra homens; formaram times de combate; trocaram os lenços por bandeiras; confeccionaram camisas e outros adornos para cada time; faz cobrança para a população entrar nos estádios; inventaram hinos para cada time; trocaram os aplausos, antes direcionados as estátuas, agora são para os jogadores, entre outras mudanças.
Atualmente, os torcedores vibram quando um político ou artista torce para o seu time.
Bom, qual será a próxima maquiagem?


Parecer crítico :
Jônatas Mário Morais.