domingo, 4 de março de 2012
For You
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Don't Panic
- Mas só agora pôde perceber? Não há mais tempo, escolhi um outro caminho que me distancia de ti...
- Ora, se a mudança te fará feliz, o que mais a impede? Magoar a si mesmo para agradar a outro é o pior que se pode fazer.
Trocaram alguns beijos, carícias, abraços e, logo em seguida, afastou-se dela. Caminhou até a beira da praia onde acendeu um cigarro. Um pouco angustiada, resolveu aproximar-se:
- Você também teve culpa, talvez o único culpado! - exclamou enquanto o estapeava e chorava - Agora quer pôr toda a culpa pra cima de mim? Covarde! Sempre fora um tremendo de um medroso.
- Não é verdade, não me julgue desta forma - respondeu enquanto tentava abraçá-la - Sempre quis o teu melhor, e o teu melhor talvez não fosse a meu lado. Não naquele momento.
- Era vidente, pai de santo ou coisa do tipo?! Como ter medo de arriscar a felicidade? Deixar a chance pedir licença para ir embora? Covarde!
Soltou-se dos braços de Fernando e correu para mergulhar na morna água de verão, durante uma noite quente, numa tentativa desesperada de lavar todas as mágoas e sofrimento, como fora aconselhada por sua avó, ''Nada melhor que um bom mergulho na praia, mas só durante o verão e à noite, pois a água estará morna, bem diferente de ti, que está fria, inanimada. Vá! Não perca tempo. Tenha o mar como uma válvula de escape, algo que te trará, momentaneamente, a felicidade. Lave o corpo, a alma. Chore. Deixe tuas lágrimas se misturar com o mar, pois não será notada. Busque a felicidade nas coisas mais simples, não num amor de conto de fadas."
Jônatas Mário Morais
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Um dia
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Viver, Verbo Infinitivo!
algo ainda desconhecido,
que ainda está por vir
e pulsa dentro de ti.
Falta-te carinho,
tudo o que precisara ter:
Amor!
Falta-te coragem,
força para arriscar,
para tentar a felicidade.
Falta-te passos largos
a caminho da vida,
pois é viver ou viver.
Não aguarde um ''Venha'',
muito menos um ''Vamos'',
adiante-se a tudo e dê um ''Estou indo'',
um belo pulo para a felicidade,
dê um ''Fui!'', acompanhado de um sorriso e um amor que logo logo chegará.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Due
Jônatas Mário Morais
domingo, 11 de dezembro de 2011
Diálogo ou monólogo - Parte II
- Não, não. Aqui é o Paulo. Quem fala?
- Ah! é um amigo dele... O Fernando.
- Prazer, sou o primo dele. Quer deixar recado? Ele foi dar uma volta na praia.
- Nada demais. Só diz que estou mudando de cidade, e ele tem que pegar as roupas, os livros, as cartas e tudo mais que me faça lembrar dele. Diz também que mandei um forte abraço, e que tão cedo não nos veremos.
- Tranquilo. Darei o recado. Boa viagem.
- Obrigado.
Jônatas Mário Morais
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
Calmaria
Acabei por jogar todo o amor em sentido oposto ao meu caminhar, e o vento encarregou-se de encobri-lo com areia. E o mar envolveu-me de tal maneira que afagou meu espírito, meu corpo. Flutuei por sobre as marolas calmas e tranquilizantes que ousavam tocar-me o corpo. Descansei em paz durante séculos, tão somente a tua espera.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Parte de nós
Jônatas Mário Morais
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Infinito
Já não há palavras no peito,
nem amor.
E tudo ficou perdido na imensidão do tempo.
Jônatas Mário Morais.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Traços à noite
Jônatas Mário Morais.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Páginas em branco
No entanto, hoje é diferente. Esqueci de repor o estoque, supermercado fechado, mercadinho fechado e não há nenhum vendedor autônomo com a banquinha-tem-de-tudo. Afinal, são três da madrugada de domingo e tem festa lá no centro, já que hoje é o aniversário da cidade.
Além do cigarro, costumo beber uísque ou coisa mais forte, mas não estou disposto para isso. Sem desejo, sem ânsia de embriagar-me. Pois bem, só sei que estou depressivo, dor de cabeça e uma vontade enorme de permanecer deitado, com o rosto afundado no travesseiro, a cintura envolvida com o lençol e continuar neste ritmo até que eu canse.
Nada, absolutamente nada dos meus costumes estão sendo postos em prática desta vez. Estou me estranhando. Será evolução? Ou será um enorme vazio dentro de mim que você deixou? É, talvez seja isso.
Mas esse sentimento vai além, me corrói a alma, faz com que eu atrite meus dentes uns com os outros, que eu roa as unhas e que sinta arrepios descontroladamente.
O caderno que costumávamos escrever tudo aquilo que era importante para nós, não está mais dentro da nossa caixa de nostalgia. Também não está em nenhum lugar da casa. Deve ter sido jogado fora junto com os dizeres postos em cartas no formato de coração.
Na verdade, era tudo uma puta merda. O que não era uma puta, era uma merda e vice-versa. No fim, sempre acabávamos bem... Bem cheios de ódio, um desejo louco de dizer palavras de baixo calão e tudo o que viesse no momento de raiva.
Apesar de tudo, este é o único momento que me sinto completamente frágil, fraco e inseguro. Nunca dissemos “acabou”. O que falávamos era “acabou por hoje, por essa semana ou por esse mês”. Mas nunca, nunca dissemos “acabou”, de forma fria e única.
Está acabando também a minha força, a vontade de continuar respirando, andando, comendo, vivendo. Ficar sóbrio e sem fumar é demais para mim. Tudo fica tão real. É tudo mais impactante.
Jônatas Mário Morais
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Treze 10
As mãos tentam impedir a todo custo uma aproximação ousada, que demonstre uma intenção mascarada pela generosidade.
Os dedos chegam cada vez mais perto, cada vez as mãos trêmulas, um pouco úmidas, tocam-lhe uma pequena parte do braço direito.
Desperta rapidamente de alguns segundos de cochilo; afasta a cabeça da janela; abre os olhos assustados; suas mãos buscam a bolsa, o caderno e alguns livros. Ele, não muito diferente, também se assusta com a reação dela.
Não queria tê-la acordado de tal maneira. Apenas sentir-lhe um pouco, antes de preocupar-se efetivamente com um possível mau jeito no pescoço.
- Perdão, não queria te acordar de tal maneira. Explicou, timidamente, o jovem.
- Não, não foi nada. Estava na hora de acordar. Desço daqui a dois pontos.
Depois de um curto diálogo os olhares se perderam.
Levantou-se. Obrigada a olhar nos olhos dele - já que o ônibus estava cheio e ele estava em pé na frente dela - pediu licença. Os lábios pestanejaram, a fala impedida de entrar em ação por causa da sintonia, um medo a dois.
- Claro, pode passar.
Respondeu o rapaz moreno, alto e charmoso – os adjetivos gritavam do pensamento dela, eu ouvi nitidamente.
Fizera questão de deixar visível o horário da faculdade – talvez na esperança de que ele fosse visitá-la, convidá-la para uma balada, ou quem sabe para sua casa. Passou vagarosamente pelo rapaz, o prazer tomava conta. Queria sentir o perfume, a pele, o tórax.
Mesmo com tamanha timidez, passou a barba nas costas da garota assanhada. Arrepios. Caminhou em direção a saída e despediu-se contrariada, com um sorriso avassalador.
Jônatas Mário Morais.
domingo, 2 de janeiro de 2011
Tensão superficial
Acompanhado de uma garrafa de conhaque, sentado no canto da sala, ainda com a roupa do trabalho – a camisa embebida de suor. Retirei os sapatos - apenas as meias aquecendo meus pés.
Um peso nas costas, na cabeça... Um peso. Conhaque, gelo e um livro. Lendo um desses contos que traz átona o valor da vida - as pequenas coisas que deixamos de fazer, mas que poderiam nos trazer grandes alegrias, dos amores e paixões que deixamos passarem despercebidos.
Alguns instantes sentado. Aos poucos fui relaxando, até estar completamente jogado na poltrona. Observava o copo transpirar, o gelo circulando. Nenhuma música clássica, nada tocando. Mas continua a dançar. Direita, esquerda; esquerda, direita; círculos. Prosseguia até o instante em que o interrompia e diminuía o volume de conhaque.
Minha mão, úmida e gelada, encarregava-se de direcionar o copo aos meus lábios sedentos de álcool. O gelo disputava lugar com o conhaque, mas eu preservava-os lá, queria observá-los. Duas ou três pedras - não tão frias quanto eu - derretiam contrariando-me.
Mais conhaque e mais gelo. Um cigarro para tornar o momento mais denso. Tragava profundamente, sem medo. Aprisionava a fumaça dentro dos meus pulmões, só liberava quando se tornava insuportável.
Um sopro. Uma nuvem negra cobria a cabeça, não diferente da vida. Apenas uma analogia concisa. Perdia-me diante de mim mesmo.
O primeiro cigarro próximo do fim; os problemas tão somente no começo.
Entre os dois, até chegar ao fim... Até queimar os dedos. Um pouco de gelo para esfriá-los; um pouco de dor para lembrar de mim; um pouco de angústia para fortalecer o momento; um pouco de sofrimento para beber mais.
Jônatas Mário Morais.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Adeus, primavera!
Deveria tê-la abraçado por mais tempo. Impedido que o vento deixasse-a mais fria. Deveria ter olhado nos olhos, sentido o perfume, me sensibilizado com a pele – sussurrou cabisbaixo, sentado no terceiro degrau em frente a sua casa. Sustentava a cabeça com o braço trêmulo. Tinha um olhar inquieto, uma respiração medrosa, mãos pálidas.
Lembrava-se constantemente da tarde nublada, mal vivida. Passava um curta-metragem: os passos acelerados, mãos tensas. Seus olhos buscavam algo ou alguém. Encontraram. Não acreditaram. Mas estava ali. Tímida. Braços voltados para baixo, dedos entrelaçados. Uma calça jeans; blusa lilás com estampas florais; sandália fechada com um laço. Percorreu todo o seu corpo, não deixou passar nada despercebido.
Descambou para uma sala vazia. As paredes pareciam cercá-lo, sufocá-lo, pressioná-lo a sair dali. Pernas bambas, tão bambas e bobas quanto ele.
Estavam dentro de um mesmo prédio, dentro de um mesmo dilema, confusão. Paixões. Diferentes, ardentes, assustados. Ela por estar num lugar estranho, sozinha dentro de si. Olhos vibrantes, corpo tenso.
Voltou. Desenhou cada gesto, cada ação que daria. Pôs em prática, mas não conseguira perfeição. Ansiedade. Cada vez mais próximo. Perfume. Fechou seus braços em torno dela, fechou seus olhos, entrelaçou seus dedos. Pulsação. Voltou-se para ele. Olhares. Ofereceu-lhe um abraço. Aceitou sem pestanejar.
Admiraram-se durante alguns segundos. Sem mais ter o que falar despediu-se momentaneamente dela. Tchau, disse quase sussurrando. Balançou a cabeça como se quisesse que ele voltasse, que permanecesse ali e apresentasse-a àquele mundo novo.
Voltou rapidamente para a sala. Sentou-se e pôs-se a pensar nas próximas ações. Lembrou-se de percorrer o prédio, conversar com alguns amigos, tentar passar o tempo e esquecer por algumas horas que ela estava ali. Afinal, não pudera fazer nada mais do que já havia feito.
Eram dois jovens aparentemente imiscíveis.
Conversou, riu, distraiu-se. Dentro de uma das salas disponíveis juntou-se com amigos e pôs-se a falar bobagens - coisas de adolescente. "Prefiro a morena", declarou o ruivo magro a todos da sala. Referia-se a uma das visitantes que fora prestigiar a apresentação musical de uma amiga. Assim que ouviu ‘morena’, deu-se conta de que havia passado duas horas e já era tempo de retornar para o térreo, onde já deveria estar.
De dois em dois degraus. Olhos arregalados, pernas nervosas, coração acelerado.
Viera de encontro a ele. Sentaram-se num muro baixo. Abraçou a bolsa, mas o desejo era de olhar bem no fundo dos seus olhos, apertar seus dedos contra os dele, passear por cada parte de seu corpo e dizer-lhe, "Perdão. Menti todo esse tempo. Tudo que faço é perder tempo, uma ilusão. Talvez, agora eu perceba, joguei fora uma doce paixão."
Controlou-se. Fixou seu olhar na multidão, uma multidão que a deixava impaciente - quanto barulho. Centenas de pernas, braços, bocas, orelhas... Centenas de vozes.
Algumas falas – àquelas que são ditas quando estão sem jeito, ou sem coragem:
- Imaginei que não viesse.
- Pois é, estou aqui - respondeu friamente.
O tempo, que não poupava esforços, demonstrava deleite.
Um minuto por segundo, uma hora por minuto.
À tarde se despedindo, os amigos se despedindo.
Adeus, primavera.
Um pouco mais soltos, próximos e amáveis.
Sempre à frente dele, segurou sua mão esquerda e pôs-se a puxá-lo para o outro lado da rua.
"Calma! Estou jovem para morrer", resmungou sorridente.
Papearam sobre ele, sobre ela, sobre os outros... Menos sobre os dois de uma única vez – se é que o leitor me entende – apenas conversas batidas, mastigadas, chatas.
Entre conversas, risos, uns segundos de silêncio, deram por si que o destino final estava ali.
Mudo. Mão direta no peito – talvez um hino, uma oração, um pedido - olhar no horizonte, sem coragem. Indo contra o seu desejo, aguardando um fim: que ela partisse de uma só vez dali.
Contraditório, também pensei.
Apressada, vasculhou a bolsa cheia de trecos e pegou o dinheiro da condução.
Mais próximos do fim. Um pouco distante o ônibus ousara acelerar mais e mais, indo, talvez, contra a vontade dos dois.
Adeus, morena!
Aberto os braços, os sorrisos. Um abraço apertado, com medo, com timidez.
Um adeus singelo, sem coragem, sem amor, sem paixão. Sem.
Tudo estava sem: sem sal, sem açúcar... Sem eles.
Adeus, um abraço apertado para guardar o momento. Um calafrio demorado para não esquecer jamais.
Adeus, morena! Adeus...
Jônatas Mário Morais.
domingo, 22 de agosto de 2010
Oito
Passa o tempo,
Passa o passo.
Passa o passado,
Passa o dia,
Passa a noite.
Passa o momento.
Passa o beijo,
Passa o abraço,
Passa o passo.
Passa a paixão,
Passa a atração,
Passa o desejo.
Jônatas Mário Morais
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Fls.
Estava suprimindo a verdade.
Negando profundamente um sim,
Tentando não mostrar o que havia ali.
Jônatas Mário Morais.
sábado, 24 de julho de 2010
Laços
Que precipita-se constantemente,
Que destoa do meu racional.
Este sentimento que abarca o meu ser.
Jônatas Mário Morais.
terça-feira, 22 de junho de 2010
Esperar; Esperança; Confiança.
Uma semana tensa,
Densa.
Noites frias e silenciosas,
Segundo por segundo,
Pensamento por pensamento.
Solidão delirante.
Basta este instante,
Distante.
Minhas noites, minhas.
Partículas circulam no quarto,
Caem nos nossos lençóis.
Deito.
Deleito-me do passado,
Volto a ausência,
Perco a consciência.
É triste.
É tenso.
É nosso.
Vibrações intensas,
É o tremor do meu corpo,
Tenso.
Denso.
Sento.
Penso.
Acredito que penso,
Acho que sinto,
Entendo que pressinto.
Compreendo,
Acredito,
Insisto.
Seu interior, meu.
Meu interior, seu.
Intrínsecos somos.
Denso.
Falta uma:
Saudade.
Seu espaço está aqui.
É tenso;
É denso;
É meu;
É seu.
É nosso.
É saudade;
É esperança;
É a distância;
É você.
Sustento meu corpo,
Difícil.
Mas aguento firme.
Chegou ao fim.
Mais um mês assim,
Tudo desabará.
Denso.
Sento.
Penso.
Jônatas Mário Morais
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Passos
Seguem as lágrimas mais salgadas,
Escorre o sangue mais consistente,
Cai o meu corpo, tão levemente.
Tão frias são minhas noites,
Tão calmas são minhas manhãs,
Com tão poucas pessoas,
Um curto tempo só meu.
Cinco manhãs seguidas para mim.
Um caminho que só eu sigo, pensante.
Tardes tão engraçadas.
Vezes tão chatas, densas, insuportáveis.
Mas o que posso fazer,
São momentos da vida,
São momentos que não posso desprezar.
São dias, dias... anos e anos,
Uma vida inteira para aproveitar.
Jônatas Mário Morais