segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A gosto do amor


E nego,
acima de tudo,
admitir que amo.

Pois quando se ama,
torna-se dependente,
cria-se uma linha de necessidade.

E nego,
acima de tudo,
admitir que desejo.

Pois o desejo
causa sofrimento,
dor.
O medo reside
no intervalo do ter
e não ter mais.

Ora, se te tenho hoje
e amanhã não o tenho mais,
como conviver com tua ausência?


Jônatas Mário Morais

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Assim Seja!


Tenho me desgastado muito ultimamente. Deixando que as mensagens contidas nas entrelinhas passem desapercebidas por mim, e isso é preocupante. Quando se chega a este ponto, o ponto de não perceber as pequenas coisas que acontecem com nós mesmos, aí sim é hora de puxar a linha que nos permite correr desesperadamente em busca de um objetivo, a típica corda que nos dá energia o suficiente para percorrer todo o mundo em menos de vinte e quatro horas se for necessário. Este é o momento de diminuir o ritmo, parar e analisar-se cuidadosamente. Dar a devida atenção a nós mesmos, estar em silêncio, em paz... estar em completa calmaria.

Um dos nossos maiores medos é este: estar em silêncio. Temos tanto medo de estar em silêncio que sempre buscamos algo que faça barulho, que se comunique direta ou indiretamente conosco. Mesmo que seja um ruído, o mínimo barulho. Temos sempre o terrível e perigoso vício de não nos escutarmos. E sempre que temos a oportunidade de introspecção, paz, silêncio, o desespero bate, a solidão dá o pequeno sinal de que quer invadir o nosso mundo. No entanto não é A Solidão, e sim um lapso de solidão que poderemos interromper a qualquer momento, mas que antes possamos nos ver e rever, nos reavaliar, sentir o que necessitamos de nós mesmos.

E que cada amanhecer seja contemplado com toda força, fé e amor, afastando todas as forças negativas, dores, angústias, rancores e ódio... Mas que em contrapartida sejamos energizados positivamente.

Força Fé e Amor. E sem vírgulas, pois estes três elementos estarão sempre juntos, ininterruptos.




Jônatas Mário Morais

domingo, 15 de abril de 2012

Dezesseis minutos

Estava trôpego, trocava os passos, os pensamentos, as palavras. Trocava até mesmo a própria identidade. Ora um cantor de rock famoso, ora um escritor deprimido e ás vezes depravado. Um adolescente aproveitando o momento. Um carinha que só queria beber, beijar os pequenos lábios, os grandes lábios.

Sexo. Ele queria subir e descer no corpo de todas as moças belas, de bundas altas, coxas fartas, virilhas chamativas. Alternava entre o gargalo da garrafa e os lábios da morena. Entre acariciar as coxas e segurar o cigarro.

Trepavam num quarto sujo. Estavam deitados num colchão úmido de tanto suor. Tinha um cheiro de sexo sujo, um sexo violento. Assim a diversão seguia durante à noite. Respiração ofegante, suor escorrendo pelo rosto, dedos entrelaçados, carícias, batidas ritmadas: volúpia.
                                                                   31 de Outubro de 2010


Jônatas Mário Morais

domingo, 4 de março de 2012

For You

E agora me bate uma saudade imensa de ti, uma intensidade inimaginável.

Everyone of us has hope

Acabei de chegar da festinha de aniversário do Pedro. Foi legal, mas poderia ter sido melhor se estivesse a meu lado. Não me diverti muito, bebi um pouco, nada de exageros. Toda a galera estava lá, até o chato do Henrique. Também não podia faltar a Paula, Nina, a Fê e Taís, claro! Você não imagina, ela ficou a festa inteira atrás de mim. A todo momento me oferecia uísque, uns cigarros, uns quitutes, além de se oferecer também, óbvio. Como se fosse o produto principal. Mas só fiz dar uns pegas, nada de penetração.

Bem, voltei pra casa um pouco embriagado, mas só um pouco, tomei banho e resolvi ligar pro Paulinho. Disse que também estava na maresia, e como não iria trabalhar mais tarde, já que eram três da manhã, me convidou para beber e tragar uns cigarros a beira mar.
Então fui. Afinal, nada melhor que uísque e cigarro para curar um amor não consumado.

Jônatas Mário Morais

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Don't Panic

- Estão escondidos em teus olhos, morena. - disse-lhe com uma voz doce e trêmula, enquanto segurava-lhe as mãos. - Como pude não perceber?

- Mas o que se enconde? - questionou com um sorriso no canto da boca, um tanto quanto assustada.

- Este brilho, a sensação de paz e tranquilidade que tenho sempre que estou a teu lado, sempre que sinto teu calor ao te abraçar. Só agora notei que nutri por ti um amor imenso, que fica cada vez mais latente quando de encontro aos teus olhos. - explicou-lhe, pausadamente, enquanto beijava-lhe a face, os lábios e as mãos.

- Mas só agora pôde perceber? Não há mais tempo, escolhi um outro caminho que me distancia de ti...

- Ora, se a mudança te fará feliz, o que mais a impede? Magoar a si mesmo para agradar a outro é o pior que se pode fazer.

Trocaram alguns beijos, carícias, abraços e, logo em seguida, afastou-se dela. Caminhou até a beira da praia onde acendeu um cigarro. Um pouco angustiada, resolveu aproximar-se:

- Você também teve culpa, talvez o único culpado! - exclamou enquanto o estapeava e chorava - Agora quer pôr toda a culpa pra cima de mim? Covarde! Sempre fora um tremendo de um medroso.

- Não é verdade, não me julgue desta forma - respondeu enquanto tentava abraçá-la - Sempre quis o teu melhor, e o teu melhor talvez não fosse a meu lado. Não naquele momento.

- Era vidente, pai de santo ou coisa do tipo?! Como ter medo de arriscar a felicidade? Deixar a chance pedir licença para ir embora? Covarde!

Soltou-se dos braços de Fernando e correu para mergulhar na morna água de verão, durante uma noite quente, numa tentativa desesperada de lavar todas as mágoas e sofrimento, como fora aconselhada por sua avó, ''Nada melhor que um bom mergulho na praia, mas só durante o verão e à noite, pois a água estará morna, bem diferente de ti, que está fria, inanimada. Vá! Não perca tempo. Tenha o mar como uma válvula de escape, algo que te trará, momentaneamente, a felicidade. Lave o corpo, a alma. Chore. Deixe tuas lágrimas se misturar com o mar, pois não será notada. Busque a felicidade nas coisas mais simples, não num amor de conto de fadas."

Jônatas Mário Morais





sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Um dia

Esse jardim aonde você se esconde
É similar ao meu interior,
Cheio de belezas camufladas,
Cercada de ternura e amor.

Minha pele arrisca encostar-se à tua,
Meus dedos ousam tocar-lhe o corpo.
Meu coração dispara ao perceber-te
E os meus olhos afugentados pelo seu olhar
Não sabem em qual direção se fixar.

Jônatas Mário Morais

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Viver, Verbo Infinitivo!

Falta-te vida,
algo ainda desconhecido,
que ainda está por vir
e pulsa dentro de ti.


Falta-te carinho,
tudo o que precisara ter:
Amor!


Falta-te coragem,
força para arriscar,
para tentar a felicidade.


Falta-te passos largos
a caminho da vida,
pois é viver ou viver.


Não aguarde um ''Venha'',
muito menos um ''Vamos'',
adiante-se a tudo e dê um ''Estou indo'',
um belo pulo para a felicidade,
dê um ''Fui!'', acompanhado de um sorriso e um amor que logo logo chegará.