segunda-feira, 26 de julho de 2010

Fls.

Quando disse que não queria mais,
Estava suprimindo a verdade.
Negando profundamente um sim,
Tentando não mostrar o que havia ali.

Jônatas Mário Morais.

Derrocada

Tente lembrar em que lugar deixou,
Tente descobrir com quem você errou,
Tente conhecer as suas fraquezas,
Tente enxergar as coisas ao seu redor.

Jônatas Mário Morais

sábado, 24 de julho de 2010

Laços

Desenterro este sentimento ínfimo
Que precipita-se constantemente,
Que destoa do meu racional.
Este sentimento que abarca o meu ser.

Jônatas Mário Morais.

domingo, 18 de julho de 2010

Paula

Paula era uma garota das noites cariocas, era a estrela do puteiro. Era perfeita! Sabia dançar, pular, beijar... excitava-nos como nenhuma outra. Tinha um fogo, mais um fogo que não se encontra em qualquer uma. Aquela sim era uma boa puta. Com ela eu casava. Sim, eu casava. Sei que teria um bom sexo todos os dias.

Todas as noites o puteiro enchia, só para admirá-la, sim, extraordinária. Ah aquela sim que era uma puta.
Quer saber os detalhes daquele corpo atraente e excitante? Bom, era fenomenal! Que pele morena, cabelos completamente pretos, olhos castanhos, lábios carnudos, mãos delicadas - ela sabia trabalhar bem com as mãos, mãos e bocas - e aquelas coxas? Nossa! Não eram coxas, eram obras de arte. Sim, incríveis coxas, macias, morenas... excitantes. Paula era tudo de melhor! Nunca vi uma mulher igual aquela.

Sim. Aquele era um belo corpo. Aquilo era uma mulher, uma máquina de fazer sexo, e que sexo. Como esquecer a primeira vez? Ainda mais com uma mulher daquela. Não canso de afirmar: Paula era a melhor puta, e que puta!
Sim, foi com ela que perdi, foi com ela que gozei pela primeira vez. Sim, naquele corpo que meus lábios, minha língua, meus dedos passearam. Ah aqueles seios deslizando sobre o meu pequeno e frágil corpo, aqueles dedos amaciando meu recém-descoberto brinquedinho.
Paula, Paula, você foi a melhor puta que conheci! Me arrepio só de lembrar daquele momento.

Paula sabia me excitar. Sim, ela sabia transar. Não, não canso de afirmar: Ela foi a melhor puta! Não posso negar! Tive um tremendo medo de broxar. Com aquele corpo? Qualquer homem se sentia ameaçado. Qualquer homem se sentia indefeso. Qualquer homem entrava em desespero.
Mas eu fiquei firme, fui viril até o fim.

Ela foi percorrendo meu pequeno corpo, vagarosamente, beijando-me intensamente, sem parar. Foi cruzando suas pernas nas minhas, pegando as minhas mãos e colocando-as naqueles intrigantes seios. Acompanhava as minhas mãos integralmente no seu corpo, fazia-me delirar antecipadamente. A cada momento que se passava eu perdia os sentidos, ficava extasiado, como se estivesse usando alguma droga. Mas não existia droga melhor que aquela puta, não existia.
Aos poucos fomos mudando de lugar, posição, ela sentou-se sobre o meu indefeso brinquedo, lentamente. Eu transpirava incessantemente, meus olhos não paravam num ponto fixo. Que loucura. Que puta. Que Paula.

Depois de alguns movimentos repetitivos, Paula deitou-se sobre o meu corpo - um corpo muito frágil, sim, eu tinha apenas treze anos, possuía um corpo infantil - e cada vez mais o atrito entre os nossos corpos aumentava. Segundo por segundo eu me sentia drogado. Paula não parava, mas eu não queria que ela parasse. Eu queria que continuasse, nunca tive aquele prazer.
Ah que puta! Que Paula maravilhosa! Me fez gozar, me fez gozar pela primeira vez.
Não parava de subir e descer sobre o meu corpo, não parava de me dar prazer, não parava de me excitar... que puta! Ah nunca vou te esquecer.

Até que chegou o ponto do gozar. Nossa! que gozo, que prazer! Sim, ela admitiu - nunca desvirginei alguém com tamanho prazer. Ah Paula, nunca vou te esquecer. Me arrepiou até os pentelhos. Foi a melhor puta que já conheci. Paula foi a Puta! Que puta! Não, não canso de falar: Paula foi a melhor puta!

Infelizmente Paula foi morta. Mas não fiquei triste. Ela morreu sentindo prazer. Paula morreu fazendo o que melhor sabia fazer: sexo.
Paula foi asfixiada enquanto desvirginava um carinha de quinze anos.

Mas eu sei, ela me falou que eu fui a melhor transa dela!
Paula, você foi a melhor puta que já tive. A melhor transa que já pratiquei.
Você foi a melhor puta, e que puta!


Jônatas Mário Morais.