sábado, 12 de dezembro de 2009

Muro

Cansado de assistir, decide sair. Levanta do sofá, desliga a televisão, segue em direção ao quarto. Olha ao redor, procura a roupa mais simples, acha, joga em cima da cama.
Segue para o banheiro, tira a roupa, liga o chuveiro, pensa duas vezes antes de se molhar, lembra de todo sofrimento que passa. Estufa o peito, se joga debaixo da água, alisa-se. Eufórico, respira. Enxuga-se. Fecha os olhos, reflexão. Veste-se, perfume, penteia o cabelo.
Caminha até a sala, pega a chave do carro, sai. Dentro do carro percebe que a rua está sem ninguém. Propõe-se a caminhar no bairro. Observando as árvores, a água represada... observando a vida. Observando a si mesmo. Olha para o céu, admira a noite. Percebe que a vida é mais simples do que se imagina. Que pode ter alegria num caminhar, num contato vagaroso com a noite. Ter alegria com um banhar de luar, num contato íntimo com o interior de si mesmo.



Jônatas Mário Morais.