sábado, 4 de setembro de 2010

Corre, Corrente, Corredor.

Mais uma noite de sábado aproxima-se. Junto com ela chega o vento, que avança pela janela sem pedir permissão. Este mesmo vento que tocou o rosto de tantos andarilhos.
Sim, este vento é diferente. Avança pela janela, acaricia o rosto, arrepia o corpo.
Este mesmo vento traz o perfume da minha amada. Traz a lembrança de uma tarde distante, de um abraço desconsertado.

A janela continua aberta, como uma televisão, ela mostra o mundo. Sem qualquer pudor me atrai para a perdição da rua, para as garotas devassas. Me apresenta para a noite da alegria, dos instintos selvagens e sexuais.
Fico sem ação diante de tantas mulatas, loiras, ruivas... tantas mulheres! É um aglomerado de coxas, bocas, braços, bundas... carne!
As pernas ficam bambas só de imaginar estar com uma daquelas... Ah, quantas mulheres! Mesmo estando diante de tanta carne, sinto que não estou contente. Mulheres, sexo, cachaça e música não são o bastante.

Preciso voltar pra casa, preciso sentar na cadeira em frente a janela.
Preciso sentir o vento acariciar meu rosto, sentir minha amada a meu lado.
Preciso voltar a minha companheira nostalgia.


Jônatas Mário Morais.

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